O ser antigo
Num tribunal de cores escuras, o meu
julgamento é certo
Num tribunal de cores escuras, sobra
de mim o resto
Não sou moderno, quero ser antigo, me
passo em 67
Estou vendo Nara agora, ela canta a Estrada
e o Violeiro
Sou um verme, não vou a raves (ainda existem?) nem
gosto de pircings
Para mim um simples brinco na orelha (esquerda) já foi um
desafio!
Pra onde vamos, que metodologia higtec impera nesses
corpos pálidos
Noites a fio fingindo uma vida de um
glamour visto na seção da tarde
Não, não , não. Recuso-me
Esse foi o meu pecado
Ser eu mesmo, não me permitir fingir
Não seguir o modelo imposto pelo
último filme que passou na tv a cabo
Alias, odeio televisão, não escuto
rádio e para mim...
Chico, e os baianos (antigos) são
mais que suficientes
Vamos tentar usar menos preto
Que tal uma cor mais clara
Faz muito calor aqui no norte
Que tal viver a nossa realidade sem
se pintar de preto
Certa vez eu conheci um cara que
gostava de rock
Rock pesado mesmo
Mas, ele queria que sua mulher fosse um protótipo de
mulher de pagodeiro
Cega, surda e muda...
É isso que somos? É isso que queremos
e vivemos?
Uma invenção de uma realidade que não
é nossa
Realidade essa que se fragmenta dia a
dia
Eu digo não ao futuro
E glorifico o passado
Que me faz o mais moderno
De todos os seres
Cláudio de Moraes
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