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Nara Leão...

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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Hebe Camargo, Brasil, doença e modernismo acéfalo.





Em qualquer lugar do mundo uma pessoa com cinquenta e sete anos de televisão seria ovacionada e coberta de homenagens, mas Hebe não! Não se engane; as honrarias e homenagens que Hebe recebe, vêm de parte da imprensa que é considerada menor e da classe artística que patina, digamos em um nível popular.
Os intelectuais que, com razão, Dercy Gonçalves chamava de “o câncer do Brasil” e os modernóides de plantão a consideram: velha, ridícula, brega...! Mas, por quê? Hebe representa o Brasil, um Brasil ingênuo, que senta no sofá há mais de cinquenta anos para acompanhar os seus rompantes de indignação com os desmandos do nosso país e esse povo se identifica com ela. Às pessoas adoram seus ataques de tietagem com ídolos populares e a-m-a-m  seu estilo brega, colorido e Tropicalista! E o que falar de suas joias então?  
Mas, Hebe teve bons momentos na TV. Vamos a eles: Protagonizou o primeiro vídeo clipe  brasileiro  ao lado do falecido Ivon Curi, entrevistou Neil Armstrong e viveu momentos emblemáticos da história da nossa TV  quando num arroubo de ousadia fez um programa inteiro sobre travestis! Coisa que no final da década de 1980, dava o que falar (até cadeia) e chocou a sociedade, tendo o programa sua fita apreendida pelo então, ainda ativo departamento de censura (o programa foi em 1987).
Também a homenagem aos oitenta anos de Dercy Gonçalves teve a fita apreendida devido a um seio de fora da sempre ousada veterana atriz.
 Hebe teve atos que foram pouco comentados e que comovem: doou sangue a Dercy Gonçalves quando a mesma se operou de câncer! Dercy disse uma vez “Hebe não precisava fazer isso, mas fez”.
Hebe hoje está doente e demonstra uma dignidade absolutamente admirável no trato com sua enfermidade e sua fé merece respeito do que creem e que não creem, por isso termino esse rascunho pífio desejando a você Hebe... Muita luz e muita força e obrigado por seus anos de dedicação a entreter o nosso alegre, mas triste povo brasileiro. 


Cláudio de Moraes

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