Mãe...

Uma mulher que conseguiu ser tudo ao mesmo tempo. Inteligente e ignorante, bonita e feia, rica e pobre, amarga e engraçada, caridosa e egoísta, arrogante e humilde, fraca e forte, vencedora e derrotada. Porém sempre honesta. Mas, tudo o que

ela fez... seus erros e seus acertos, foram cometidos por amor e uma enorme vontade de acertar e criar bem os seus filhos e filhos dos outros. Muita saudade de Aslin, de seu colo quente na hora da novela, de suas histórias e aventuras de menina que embalavam meu sono quando criança, de seu humor negro totalmente fora de propósito e de hora. Saudades das manhãs de sábado em que eu e meu irmão éramos saudados por seu talento de compositora como suas canções que apontavam para nossos defeitos. Saudade de escutar música na vitrola em dia de domingo. Saudade do cuidado e da comidinha de mãe que jamais terei novamente: Meu pudim em forma de peixe com calda de uva. Saudade de suas frases e tiradas que até hoje ecoam em minha mente, saudade de seu cheiro, de seus cabelos... Saudade de ter uma mãe.
Saiba que apesar de tudo... toda a moral e ética que tenho devo a ti, pois você foi uma das pessoas mais éticas e honestas que conheci na vida. Talvez por isso, por tanta honestidade é que no fim de sua jornada não tivesse mais nada. Mas, tinha seu nome e hoje sei que isso é muito importante, pois é o que tenho de mais valioso em minha vida. Meu nome. Nós erramos muito minha Siarom. Eu e você. Talvez devido à orientação que nós dois não tivemos. Hoje eu a compreendo e creio que também sou compreendido por ti em meus erros passados, mas tudo isso agora é uma grande bobagem. Sempre teu filho.
                                                                                                                                        Cláudio de Moraes.