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Nara Leão...

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quinta-feira, 5 de julho de 2012

A Condição Humana





ARENDT faz um paralelo interessante entre atividade e ambiente humanos mostrando que no mundo a presença do ser humano é notada em todos os aspectos- até nos mais escondidos rincões da sociedade.
Pois, sendo assim o trabalho é uma atividade essencialmente ligada a um grupo. O ser humano poderia até trabalhar só, mas isso o descaracteriza em sua humanidade.  Sendo assim torna-se pertinente a frase de Tomás de Aquino “o homem é, por (natureza, político, isto é, social)
Sendo interessante perceber que Aristóteles e Platão percebiam a e comparavam a socialização humana como um comportamento compatível com a vida dos animais, ou seja: não era fundamentalmente humana.
Esse pensamento muda quando do advento das cidades - estado o que faz como que o homem passe a ter uma espécie de segunda vida. A vida privada e o seu bios politikos.
Aristóteles considerava fundamentais na bios politikos: a ação (práxis) e o discurso (lexis) na esfera dos negócios humanos.
Os seja, mais importante que as palavras, seriam as palavras certas na hora certa, isso sim é o que da força ao discurso. Sendo assim o pensamento é secundário para o mesmo e nos remete aos sofistas, tema já estudado em nossos encontros. Então encontrando a palavra certa e estando ela imbuída da ação, a ação fica cada vez mais separada do discurso que passou de uma forma de resposta para uma forma de convencimento.
Vemos então que a violência que antes era usada para oprimir as pessoas (método pré- político) passou a ser substituída pelo discurso (método de persuasão). 
O que nos remete aos dias atuais em que o uso da “palavra errada” (discurso) para promover todo tipo de coisa: política, religião etc. se tornou hábito comum para a manipulação das pessoas. 

ARENDT, Hannah. A Condição Humana. Rio de Janeiro: Forense, 1991.

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